quarta-feira, 1 de junho de 2011

Comparativo - Dacia Duster, Skoda Yeti, Nissan Juke diesel



Basta olhar para eles para ver que são diferentes. As alturas ao solo acima da média e, sobretudo, as suspensões de levado curso, evidenciadas pela distância entre o topo dos pneus e os guarda lamas, deixam entender que os nossos três protagonistas não estão limitados a auto estradas de piso exemplar. Sejam os buracos das nossas urbes, sejam as tampas de esgoto fora do alinhamento da restante faixa do asfalto ou os “saltos” de um caminho de terra que nos leva a uma praia menos conhecida, nenhum destes obstáculos é suficiente para fazer parar os protagonistas deste comparativo.

Mas as semelhanças entre os três não se ficam por aqui. Qualquer um deles só existe devido à partilha de plataformas e orgãos mecânicos com modelos de grande difusão. O Dacia Duster tem por base um Clio da anterior geração, o Nissan Juke é um desenvolvimento do actual Clio e o Skoda Yeti vai buscar “o chão” ao VW Golf. Da mesma forma, tanto o 1.5 dCi como o 1.6 TDI estão entre os motores mais produzidos dos nossos dias. Tudo isto ajuda a baixar (muito) os custos de produção e torna possível fazer carros diferentes sem incorrer em investimentos proibitivos.

Por falar em dinheiro, os preços estão compreendidos entre os 21 650 euros pedidos pelo Dacia Duster 4x2 1.5 dCi Confort Cuir 110 cv e os 23 634 euros do Skoda Yeti 1.6 TDI Greenline Active. O Nissan Juke 1.5 dCi Acenta custa 22 650 euros de preço base. Atestando o facto de ser o carro mais simples, os únicos extras que se podem acrescentar ao Duster são a pintura metalizada (320 euros) e dois tipos de rádio (com CD 320 euros e com CD e mp3 380 euros). Já o Skoda, se o seu orçamento puder esticar até aos 25 825 euros pedidos pelo nível Experience pode ser bastante enriquecido. Inclusive, com mais algumas centenas de euros pode adquirir o sistema Park Assist da 1ª geração e ficar com um carro que se estaciona sozinho em linha. Mas, fazendo jus às suas ambições premium, o Nissan Juke é o que admite mais personalização. A versão base, Visia, começa nos 21 550 euros mas é a única sem o Sistema de Controlo Dinâmico Nissan. A partir do nível Acenta do nosso exemplar, mais 600 euros dão acesso ao Nissan Connect (navegação 3D com ecrã táctil, bleutooth e câmara traseira) para o Acenta, ao passo que o vértice da gama é ocupado pelo muito bem equipado Tekna Premium. Preço: 25 450 euros.



Família ou estilo?
Beneficiando do facto de ser baseado num carro de um segmento superior, o Yeti possui o habitáculo mais espaçoso, mais versátil (bancos rebatíveis e desdobráveis individualmente) e que conjuga os melhores materiais com os acabamentos mais cuidados. No polo oposto está o Dacia. As cotas de habitabilidade são boas (sobretudo em largura) e a bagageira destaca-se pela enorme capacidade, mas quem gostar de habitáculos requintados é melhor não escolher o Duster.

Para lá das aparênciasA Nissan dotou o Juke de uma condução bastante dinâmica que vai para além das aparências sugeridas por uma linha vidrada que faz lembarar o GTR e um volante igual ao do 370Z. A direcção é muito rápida e directa, com a frente a apontar rapidamente à direcção pretendida, a traseira rodar de forma obediente e controlada e um rolamento de carroçaria muito reduzido. Mesmo a baixas velocidades em cidade, num simples cruzamento ou rotunda, o Juke é, por larga margem, o mais ágil deste trio com um “fun factor” que os outros dois não conseguem acompanhar: a combinação de uma caixa rápida de tacto justo com um motor Diesel anormalmente solícito em fazer regime acima das 4000 rpm também contribuem para a qualidade de condução revelada pelo Juke.

E o único senão que acompanha este comportamento desportivo é a qualidade do amortecimento a muito baixa velocidade (até aos 20/30 km/h), com o Juke a revelar-se algo seco. Em contrapartida, colocando alguma carga (e velocidade) na suspensão, a capacidade de amortecer as irregularidades sem perder a compostura até é superior à dos seus dois rivais e também é aquele em que a mecânica se faz notar menos presente.

O mais acanhado dos três é o Juke, ao ponto de não ser aconselhável para famílias com mais de um filho, a não ser como segundo carro. De qualquer forma, mesmo recorrendo a plásticos rígidos e não contando com a regulação em profundidade do volante, o que obriga a alguns compromissos para obter uma boa posição de condução, o Juke possui o melhor ambiente interior deste comparativo. O desenho elaborado e o cuidado posto na diferenciação dos materiais e tecidos paga aqui dividendos, elevando o Juke a um estatuto superior ao seu preço.




 

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